Reajuste Cognitivo: A Transformação Necessária para o Sucesso Empresarial
Você já se familiarizou com a expressão “inércia da percepção”? Essa poderosa metáfora sugere que, em muitos casos, estamos não apenas desatualizados, mas olhando para um passado que já não existe. Em termos simples, o mundo evoluiu, mas algumas mentes permanecem estagnadas no passado. Este fenômeno psicológico é especialmente evidente quando uma nova geração se funde com as ondas inovadoras da tecnologia. Se você não abraçou as redes sociais, ou ainda prefere a comunicação via telefone ou reuniões presenciais em detrimento das modernas ferramentas como o WhatsApp, você, sem dúvida, sofre do que podemos chamar de “inércia da percepção”.
Mas como essa inércia impacta o mundo das micro e pequenas empresas? De todas as maneiras possíveis. O começo de qualquer empreendimento é marcado por simplicidade: recursos limitados, um punhado de clientes, poucos fornecedores e uma concorrência que pode ser contada nos dedos de uma mão. O empreendedor assume todas as funções e, de cor, sabe o que precisa ser feito. Corre para atender pedidos de última hora, enquanto também lida com faturas e burocracias bancárias. Ele é, sem dúvida, um verdadeiro “faz-tudo”. Contudo, à medida que o tempo avança, a empresa cresce, o número de funcionários aumenta, a carteira de clientes se expande e a concorrência se torna mais feroz. No final de cada mês, o empreendedor percebe que, quanto mais trabalha, menos dinheiro sobra no caixa.
Por que isso acontece? Provavelmente, isso se deve à “inércia da percepção”. O empreendedor não percebeu que deveria evoluir de um “faz-tudo” para o cargo de presidente de sua própria empresa. Nesse novo papel, ele deveria aprender a liderar sua equipe, delegar tarefas e responsabilidades, desenvolver futuros líderes e motivar todos a contribuírem ao máximo para construir um futuro brilhante para a organização. Ele precisa aprender a se concentrar e gerenciar com base em resultados, em vez de se deixar absorver pela sufocante rotina operacional do dia a dia.
Isso é uma cena comum nos nossos atendimentos. Empresários chegam até nós, após anos de trabalho incansável, com a mesma mentalidade de quando começaram: “faz-tudo”. No entanto, agora estão sem o entusiasmo e a motivação iniciais, muitas vezes sem reservas financeiras para sustentar ou expandir suas operações, e frequentemente sem compreender o que deu errado. Alguns chegam a considerar soluções mágicas ou, pior ainda, desistir por completo, sentindo-se fracassados.
Um dos consultores de nossa equipe sugeriu a uma cliente que ela deixasse sua zona de conforto e fosse visitar clientes, além de se desconectar da operação e viajar. Ele também recomendou uma revisão da equipe, do mix de produtos e da localização comercial da empresa.
Dois anos depois, a mesma cliente retornou, enfrentando problemas e em busca de soluções. No entanto, ela se recusou a fazer as mudanças sugeridas pelo consultor. Perguntei sobre seu faturamento, e a resposta foi que permanecia no mesmo nível de dois anos atrás. Os custos também não haviam diminuído. Ela havia investido trezentos mil reais em um novo mix de produtos, mas não estava vendo o retorno desse investimento. Quando questionada sobre quem eram seus clientes, não soube responder. Ela admitiu que não sabia mais quem eram seus clientes. Fiz um teste com ela: “Qual é o próximo número na sequência 1, 3, 5, 7…?” Ela respondeu prontamente, acertando que o número era nove. Em seguida, pedi que continuasse a sequência: “1, 3, 9, 81…”. Desta vez, ela hesitou e, após alguns segundos, acertou que o próximo número era duzentos e quarenta e três. Mas quando perguntei sobre o próximo número, ela ficou confusa e desistiu.
Nesse momento, ficou claro para ela que o mundo dos negócios havia evoluído e se tornado tão complexo quanto uma progressão geométrica (1, 3, 9…). No entanto, ela continuava gerenciando sua empresa como nos primórdios, quando as coisas eram simples, como uma progressão aritmética (1, 3, 5…).
As recomendações do consultor, de se envolver mais com o mercado e viajar pelo mundo, tinham o propósito de ajudá-la a se manter atualizada com as novas necessidades dos clientes e incorporar tendências globais em seu negócio local. Ela finalmente percebeu que estava sendo vítima da “inércia da percepção” e que precisava de uma revisão mental urgente. Era hora de deixar de ser um “faz-tudo” e se tornar a presidente que sua empresa necessitava.
Ela me perguntou como poderia superar esse obstáculo. Expliquei que não era uma tarefa simples, mas que, geralmente, a solução precisa vir de fora para dentro. Como pais e avós que abrem suas mentes para as modernidades trazidas por seus filhos e netos, no mundo dos negócios, é essencial buscar o apoio de mentores, coaching ou conselhos de administração, como oferecidos pelo Método do Presidente. Eles fornecerão a força e a disciplina necessárias para essa transformação.
Pense grande. Faça o ajuste mental empresarial necessário e siga em frente rumo às suas conquistas!