Para que um negócio dê certo, o empresário precisa de dois recursos-base: boas práticas de gestão e indicadores de resultado adequados. Mas, para chegar lá, há dois outros ingredientes que muito podem fazer pelo sucesso da empresa: a paixão e a razão.
A paixão é o que faz o empresário acreditar na empresa, no seu sucesso e na abundância que se aproxima. A razão é o que segura as rédeas: ela o faz enxergar a realidade como, de fato, é. Manter essas duas forças em equilíbrio é o segredo do negócio, mas é também um desafio. Afinal, como lidar com sentimentos opostos, que mutuamente se excluem? Como apostar nessa dualidade, em que um avança e o outro reprime? E principalmente: como mesclar ambos na rotina empresarial e nos indicadores de resultado sem ter que abrir mão de nenhuma delas?
Na rotina empresarial, é a paixão do empreendedor que move o negócio, pois ela oferece a energia necessária para fazer o negócio prosperar. Mas a paixão também cega e, por cegar, distorce a realidade. A razão, por sua vez, é o que coloca os pés do empreendedor no chão e o faz enxergar a realidade como ela é: naquilo que a empresa precisa e não no que ele quer. Mas a razão não dispõe da força da motivação.
Donos de empresas dificilmente conseguem manter as duas chamas acesas. Afinal, estas costumam ser uma característica do próprio ser humano: ou ele é predominantemente racional ou é predominantemente passional. O que fazer então?

Como manter os indicadores de resultado baseados na paixão e na razão
Na rotina empresarial, a força da paixão é o que move o presidente. A clareza da razão é o trabalho do Conselho de Administração. Essa analogia está presente no próprio dia a dia das grandes empresas.
A fórmula é simples. De um lado, o Presidente Executivo desenvolve a paixão em seus empregados pelo propósito da empresa. De outro, o Conselho de Administração, monitora friamente os resultados por meio de indicadores específicos. Afinal, os indicadores de resultados são aqueles que mostram a saúde empresarial sob a ótica de quem fez um investimento e precisa que ele retorne multiplicado, o mais rápido possível. Por isso, são prioritários.
Veja como devem funcionar os três principais indicadores de resultado de uma empresa sob a ótica do Conselho de Administração.
1. Receita
A receita revela aquilo que é mais crítico para a empresa: sua capacidade de venda. Vendas fracas podem indicar um produto inadequado ao mercado, preço desajustado, ausência de esforço de venda, ou, ainda, muitas dessas coisas ao mesmo tempo, por exemplo. Vendas fracas ao longo de vários meses pode sinalizar riscos substanciais para o investimento. Assim, a receita se mostra como um importante indicador de resultado para qualquer tipo de empresa, de qualquer porte. Afinal, no caso das pequenas empresas, quanto menos robusta ela for, maiores são os riscos de fechamento.
2. Lucro
Para o Conselho de Administração, a única obrigação do presidente da empresa deve ser a manutenção de uma operação lucrativa. Afinal, sem lucro não há como ter reserva financeira e E sem essa reserva não há como distribuir os lucros – o que, na prática, significa que o investidor não terá o seu dinheiro de volta. Mais uma vez, essa lógica também é válida para as pequenas e médias empresas.
3. Reserva financeira
A reserva financeira é o que mostra a segurança empresarial ou a sua fragilidade. E isso serve tanto para ações defensivas em situações de crises, quanto para ações de reinvestimentos para a expansão. Adicionalmente, o retorno do investimento só pode ocorrer, via distribuição de lucro, com a acumulação da reserva financeira. Isso mostra bem a importância crítica deste indicador. Afinal, sem reservas, elas correm o risco do fechamento.
4. Dívidas e o impacto nos indicadores de resultado
Esse indicador é o que revela, de fato, a saúde financeira da empresa. São as dívidas que mostram se a manutenção ou crescimento do negócio vem de sua própria operação lucrativa ou, então, se é financiada sistematicamente por terceiros, como os bancos, fornecedores, maridos ou pais, por exemplo.
5. Inadimplência
A inadimplência tem muito a dizer sobre a realidade da empresa e, por isso, precisa ser observada. Quando ela não existe, por exemplo, é possível afirmar que a operação, sob o ponto de vista das vendas, é sadia. No entanto, se ela existe e também é elevada, pode indicar outras necessidades internas ainda não identificadas. É o caso, por exemplo, de vendas desqualificadas ou da falta de procedimentos para avaliar o perfil dos clientes.
Incluir paixão e razão na rotina empresarial ajuda o negócio a crescer continuamente, com lucros robustos e acumulação de reservas de capital. E isso não é exclusividade só das grandes empresas. Pequenos e médios empresários também podem buscar esse caminho – inclusive, a adoção de um Conselho de Administração e a consequente implantação de indicadores de resultados. Venha saber mais!